A doença cardíaca congênita é uma anormalidade na estrutura ou função cardiocirculatória que ocorre desde o nascimento, mesmo se posteriormente diagnosticado. É o defeito congênito mais comum. No Brasil, 9 em cada 1.000 crianças tem cardiopatia congênita ao nascimento. Varia em gravidade, ocorrendo desde comunicações entre cavidades que regridem espontaneamente até grandes malformações que requerem vários procedimentos, cirúrgicos ou cateterismo.
No Brasil em 2019, tivemos 2 milhões e 800 mil crianças nascidas vivas, levando em conta essa incidência, teremos cerca de 25 mil crianças com cardiopatias congênitas nascendo a cada ano. Como 80 % delas terão indicação de tratamento cirúrgico, aproximadamente 20 mil novas crianças necessitariam tratamento cirúrgico para tratamento de cardiopatia congênita por ano no Brasil, não se considerando aquelas crianças que necessitarão intervenções cirúrgicas múltiplas durante a vida.Por isso a necessidade de um Centro de Referência altamente especializado em Cardiologia Pediátrica para atendimento destes pacientes. No Hospital Sepaco temos acompanhamento desde o período fetal, quando no pré natal é realizado o diagnóstico da Cardiopatia até a vida adulta.
É possível o acompanhamento de gestantes para programação do nascimento de bebês com cardiopatia congênita grave, para programação de cirurgia ouintervenção hemodinâmica logo após o nascimento. Ou até mesmo procedimentos intrauterinos, por uma equipe de medicina fetal altamente especializada.Sendo assim, o Hospital Sepaco se destaca nesse contexto pela presença de um centro de cirurgia cardíaca pediátrica de qualidade e altamente especializado. Contamos com centro cirúrgico preparado para operações de alta complexidade, dispondo de ecocardiograma transesofágico pediátrico e neonatal, laboratório dedicado apenas à sala da cirurgia cardíaca, NIRS e um time de ECMO capacitado e treinado.
Soma-se a isso uma UTI pediátrica cardiológica, destinada apenas aos casos cardíacos pré e pós operatórios, composta por cardiologistas pediátricos e cardiointensivistas. Não podemos deixar de mencionar a atuação da equipe de hemodinâmica, tanto no laboratório de hemodinâmica quanto no centro cirúrgico em procedimentos híbridos, em conjunto com a equipe cirúrgica.
Importante também ressaltar a participação do time de ECMO (extra corporeal membrane oxygenation). Esse procedimento consiste em substituir a função de coração e pulmão temporariamente para que estes possam se recuperar após uma cirurgia de grande porte ou ainda em casos de falência do coração no período pré operatório. Contamos com uma equipe de ECMO constituída por especialistas formados pela ELSO (extracorporeal life support organization), além de realizarmos treinamentos periódicos de toda equipe multiprofissional.
Aliado a isso temos uma equipe multiprofissional (enfermagem, fisioterapia, psicologia e nutrição) com capacitação em Cardiologia Pediátrica e atuando próximo no trabalho diário ao oferecer o maior cuidado a essas crianças. Trata-se de uma equipe treinada, especializada em crianças, formada por Cardiologistas Pediátricos, Cirurgiões cardíacos infantis, cardiologistas intervencionistas pediátricos, além de equipe multiprofissional para o cuidados com estes pacientes.
Num coração normal existem 4 cavidades , os átrios que recebem o sangue do corpo e dos pulmões e os ventrículos que ejetam o sangue para o corpo e pulmões. Nesse grupo, a criança nasce com uma malformação cardíaca anatômica. Essas condições podem ser desde malformações que necessitam apenas de seguimento a cardiopatias graves, que necessitam de tratamento cirúrgico ou hemodinâmico.
O diagnóstico da grande maioria das doenças cardíacas congênitas, podem ser feitos no pré-natal, com a realização do Ecocardiograma Fetal. Além disso, em todas a maternidades deve ser realizado o teste do coraçãozinho, que se trata de um teste de triagem para avaliar a necessidade de avaliação de um Cardiologista Pediátrico. Alguns exemplos de cardiopatias congênitas incluem:
Uma abertura/comunicação entre as câmaras superiores do coração (átrios).
Uma abertura/comunicação entre as câmaras inferiores do coração (ventrículos).
Uma combinação de quatro defeitos cardíacos, que são eles: uma comunicação entre os dois ventrículos, obstrução da via por onde sai o sangue do coração para os pulmões, tamanho reduzida da valva pulmonar e hipertrofia ventricular direita (aumento da espessura do músculo cardíaco.
Trata-se de uma cardiopatia onde os principais vasos do coração (aorta e artéria pulmonar estão conectadas de forma invertida e necessitam de correção cirúrgica no período neonatal.
Estreitamento da aorta, que é a principal artéria que leva sangue do coração para o restante corpo.
Estreitamento da válvula pulmonar, que controla o fluxo de sangue do coração para os pulmões.
Fechamento completo da valva tricúspide, que leva sangue para o ventrículo direito e em sequência para os pulmões.
O lado esquerdo do coração não se desenvolve adequadamente.
O canal arterial, que normalmente fecha após o nascimento, permanece aberto.
Uma doença genética que afeta o tecido conjuntivo e pode causar problemas cardíacos, entre outros.
Outra condição genética que pode envolver problemas cardíacos.
Crianças com síndrome de Down têm maior probabilidade de ter defeitos cardíacos congênitos.
Essas condições se desenvolvem após o nascimento e podem ser causadas por infecções, inflamações ou outras alterações no coração. Alguns exemplos incluem:
Uma complicação da infecção por estreptococos que pode afetar as válvulas cardíacas.
Doença do músculo cardíaco que pode afetar crianças.
Pressão alta nos vasos sanguíneos.
Uma doença inflamatória que pode afetar as artérias coronárias.
Infecção das válvulas cardíacas
Danos ao coração devido à pressão arterial elevada.
É importante que os pais estejam cientes dessas condições e procurem atendimento médico se notarem sintomas como dificuldade respiratória, fadiga, cianose (coloração azulada da pele) ou qualquer outro sinal de problemas cardíacos em seus filhos. O acompanhamento regular com um cardiologista pediátrico é fundamental para o diagnóstico precoce e o manejo adequado dessas condições.